• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Ambiente psicologicamente seguro é dever das empresas, alerta advogada

Investimento em saúde mental deixou de ser uma escolha ética para se tornar uma obrigação estratégica e jurídica

A crise de saúde mental no trabalho no Brasil alcançou níveis alarmantes. Somente em 2024, foram registrados 472.328 afastamentos por transtornos mentais, um salto de 68% em relação a 2023, segundo o Ministério da Previdência Social.

Os diagnósticos mais frequentes incluem ansiedade (141 mil casos), depressão (113 mil) e transtorno bipolar (51 mil) - dados que colocam o tema no centro das discussões trabalhistas e jurídicas.

"Esse número não é apenas estatístico, é reflexo direto de ambientes corporativos adoecedores. As empresas precisam entender que o sofrimento psíquico tem base concreta nas relações laborais, e ignorá-lo pode acarretar graves sanções legais", afirma a advogada Andréa Vaz, sócia fundadora e administradora do escritório Andréa Arruda Vaz Advocacia.

Mulheres lideram afastamentos

Segundo levantamento da CSB - Central dos Sindicatos Brasileiros, 64% dos afastamentos são de mulheres, com idade média de 41 anos. A alta se concentra principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - os Estados mais populosos -, mas proporcionalmente, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul lideram o ranking de licenças por saúde mental.

Entre 2022 e 2024, os benefícios por incapacidade ligados a transtornos mentais cresceram 134%. "Trata-se de um alerta para empresas e gestores: Há responsabilidade objetiva da organização quando os fatores psicossociais não são gerenciados. Não é mais possível negligenciar riscos como assédio, sobrecarga e jornadas exaustivas", pontua Andréa.

O que diz a lei?

A atualização da NR-1, pela portaria MTE 1.419/24, obriga empresas a implementarem programas de prevenção e controle de riscos psicossociais até maio de 2026, com fase educativa em 2025. Isso inclui a avaliação de ambientes tóxicos, capacitação de lideranças e suporte psicológico aos colaboradores.

"É a legislação dizendo às empresas: Vocês têm prazo para mudar. A NR-1 foi clara ao incluir a saúde mental no escopo de segurança do trabalho. Isso muda a lógica da responsabilidade e antecipa a judicialização futura se nada for feito", destaca a advogada.

Empresas são responsáveis

O Ministério Público do Trabalho alerta que apenas 46% dos municípios brasileiros têm políticas públicas voltadas à saúde mental, aumentando a responsabilidade direta das empresas em preencher essa lacuna com ações preventivas.

Para Andréa Arruda Vaz, o cenário atual representa uma encruzilhada entre passividade e transformação:

"O investimento em saúde mental deixou de ser uma escolha ética para se tornar uma obrigação estratégica e jurídica. Empresas que não se adaptarem, além de perderem talentos, correm sérios riscos judiciais e reputacionais".